Aqui vale quase tudo

Esta noite sonhei que estava grávida. | 28 de Outubro de 2009

Pois de que outra maneira é que eu podia ver ao espelho, duas mãos bem pequeninas a empurrarem a minha barriga e conseguir contar os dedinhos todos das mãos??

Não tenho filhos. Não é por opção mas simplesmente penso que não estás nos planos do Ser superior que gere tudo isto.

Estive grávida ainda por cinco meses, mas o rapazinho tinha trissomia 18 e tive de interromper a gravidez. Foram 3 dias horríveis no hospital. Acredito sinceramente que só quem passe pela mesma situação me consiga entender.

Ao fim ao cabo, acabei por ter um parto mas de um bébé que já nasceu sem respirar. Não o quis ver, não adiantava nada e seria mais uma imagem a perseguir-me para o resto da vida. Devia pesar umas 500 g……e chamava-se Filipe Miguel.

Adoro crianças e até me entendo bem com elas.

Pergunto-me tantas vezes porque é que mulheres que não querem ter filhos, engravidam e outras que desejam ser mães acima de todas as coisas não o conseguem.

Não há uma resposta mais ou menos correcta pois cada caso é um caso.

Consigo entender a ânsia de quem não consegue, não consigo é perceber o desespero de quem aborta, abandona ou dá para adopção. De certeza que terão os seus motivos, uns certamente mais válidos do que outros.

Adoptar poderia ser uma solução. Tenho visto casos onde tem resultado bem, mas também vejo outros em que os pais adoptivos têm de “ devolver” a criança á Instituição onde a foram buscar. Há razões bem estranhas para as crianças serem devolvidas e algumas chegam a ser caricatas, mas também quando a criança a quem se dá tanto amor se volta contra os Pais e os agride pelo silêncio,  ignora a presença deles e até agride fisicamente faz-me pensar se tanta revolta existente nessas crianças algum dia as vai deixar se felizes.

Elas não têm culpa, mas quem as quer adoptar também não. Como será o futuro dessas crianças??

Nos casos em que tudo corre bem, creio que não seja tudo rosas, mas numa familia “normal” também não o é.

Bem haja quem tem a coragem de partir para uma adopção.Eu não sei se seria capaz…………. 

16-07-2009

 


Publicado em Sem categoria

1 Comentário »

  1. Querida Ana!

    Li seu post sobre teu momento de perda…vivi isso há 10 dias… moro no Brasil, no estado de Santa Catarina na cidade de Lages…perdi minha Maria Fernanda…houve o diagnóstico de trissomia 18 estava com 14 semanas…vivo hoje uma sensação de vazio.. de impotência, pois tenho 44 anos e a gravidez veio sem querer após um filho de 16 anos…vivi um susto inicial pois já havia abandonado a idéia de ter mais filhos diante do diagnóstico há 8 anos de oligospermia do meu marido (segundo casamento)…com a confirmação da garvidez um novo momento iniciou na minha vida…uma mudança de rumo deliciosa…mas veio o diagnóstico..o desespero…5 dias de hospital…indução do parto…curetagem…tb não quis vê-la…te entendo perfeitamente…e agora busco forças para continuar a jornada…da vida…mas me tornei mais humana…menos apegada a pequenas coisas…mas religiosa…esta foi a lição desta perda… deste luto…
    Obrigada por compartilhar tua experiência…
    Abraços fraternos
    Aline

    Comentar por Aline — 25 de Maio de 2010 @ 15:46


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    Iniciando….

    Tal como o nome sugere, vou tentar escrever o melhor que consiga acerca do que achar pertinente, incómodo, romântico, misterioso, fútil, verdadeiro e outros adjectivos mais. Resumindo: vou escrever acerca do que me apetecer, comunicar por este meio o que me vai na cabeça, coração e quem sabe de que mais órgãos. Comentem, partilhem pensamentos, sintam-se livres, não esquecendo sempre que a liberdade de cada um termina onde começa a do outro. O blog é meu para quase todos............. Sintam-se em vossa casa. Passem um bom bocado. Ana Vinagre
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